30 de setembro de 2008

des.co.ber.ta (I)

passeava-lhe domingos acreditando em suas esperanças tirava sua camisa para que pudesse deitar seus sonhos vestida dele cortava-lhe os cabelos ouvia suas promessas de passeios jardim botânico cachoeira enquanto preparava cafés-da-manha-tarde-noite cedeu o controle-remoto de suas emoções foi sintonizada no canal frustação soap-opera adolescente de enredo fácil nos intervalos ofertava-se a decepção tomou-lhe o controle da mão espantada com a covardia coitado de ingenuidade gaguejou silenciou fingiu que nada acontecera dançava para sustentar o aprizionamento da mesmice mediocre perdera a chance de mergulhar nas verdades boia na superficie de celebres notáveis ninguéns no restrospecto de suas dores e delícias ela se sentia truinfante diante desse pequeno infortúnio e humildemente agradecia pela decepção inesperada sentia-se mulher gente-grande orgulhosa livre de culpa pressões urgências-angústias vivendo cada dia calma é seu relógio vento é veículo e todas as cores do mundo a enfeitam cantando no chuveiro novas melodias sonhando com o mar da bahia...

28 de setembro de 2008

a.dor.me.ce

Hoje não acordei, nem dormi.
Catando pensamentos
Escolhendo direções
futucando feridas
contei acertos
nos desesperos vividos

Desperta.dor!
Há muito não durmo, quero acordar.

25 de setembro de 2008

C

Carvão
Isótopo corpu
lento
Diamante se
ria leve
Lápis ato
mico

ódio x dó
O=C=O

21 de setembro de 2008

re.ti.cên.cias

Na complexa excitação
segui cegamente impulsos inatos...

desejei adaptar o ideal
expandi dispendiosa energia
concedi inspirações involuntárias
distrações distorciam o real

doava ternuras em demasia
rodopiando em cadência decadente
caí tonta de tanto crer
julgando apta em ser
frágil, ferida fui sendo
fiquei
no frio esfregando vontade
uma faminta comendo saliva
dançando sob lastimáveis lágrimas
sequei os olho no seca.dor

Volto a estar
determinada em realidade
construo definitiva verdade
destruindo antigas vaidades
endureço como pretexto
sorrio com sútil sossego
respiro suaves reticências

13 de setembro de 2008

ver.da.de

sf (lat veritate) 1 Aquilo que é ou existe iniludivelmente. 2 Conformidade das coisas com o conceito que a mente forma delas. 3 Concepção clara de uma realidade. 4 Realidade, exatidão. 5 Sinceridade, boa-fé. 6 Princípio certo e verdadeiro; axioma. 7 Juízo ou proposição que não se pode negar racionalmente. 8 Conformidade do que se diz com o que se sente ou se pensa. 9 Máxima, sentença. 10 Cópia ou imitação fiel. 11 Representação fiel de alguma coisa existente na natureza. 12 Caráter próprio.

Iludível sou
Caráter natural
Negado pelos sem-juízo
Vivo conforme
conceitos formados
princípio da minha boa fé
Penso com exatidão
Proponho fidelidade na imitação
Minha realidade
clara
exata é sincera

Sentença máxima




7 de setembro de 2008

von.ta.de



sf (lat voluntate) 1 A principal das potências da alma, que inclina ou move a querer, a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. 2 Psicol Impulso para agir em todas as fases de desenvolvimento ou, mais especificamente, o processo de volição; em sentido mais estrito, uma atividade precedida de elaboração mental de antecipação, incluindo opção ou escolha; é nesse aspecto que, na concepção popular, leva a associar a idéia de vontade a uma significação moral, relacionada com certa hierarquia de valores. 3 Capacidade de tomar livremente uma deliberação. 4 Energia, firmeza de ânimo, fortaleza e perseverança no querer ou realizar. 5 Desejo, intenção, pretensão, deliberação, determinação. 6 Resolução. 7 Capricho, fantasia, veleidade. 8 Arbítrio, mando. 9 Gosto, prazer. 10 Propensão natural e mais ou menos irresistível para a prática de certo ato ou para a realização de certo resultado; apetite. 11 Empenho, interesse, zelo. 12 Necessidade física ou moral.

Escolhida perseverança
Fortalecida determinação
Desafiado gosto
Atuante apetite
Irresistível fantasia
Moral ou física
Necessário empenho
Desejo determinado
Impulso d'alma